Uma das atividades mais importantes dos profissionais de Recursos Humanos, People, Gente & Gestão é estar por dentro das tendências que podem moldar o futuro. Foi com essa visão que a Swile esteve presente no South by Southwest (SXSW). Uma das maiores referências em inovação, tecnologia, negócios e cultura.
Então, vem com a gente para saber mais sobre os destaques do evento. Vamos lá!
A felicidade impulsiona produtividade e lucro
“Companhias que não prestarem atenção à saúde mental dos seus funcionários sairão perdendo”. Essa foi uma das frases usadas pela Dra. Laurie Santos, Professora em Psicologia e Pesquisadora em Felicidade pela Yale University, durante seu painel “Tendências emergentes da ciência da felicidade”.
E não é para menos: 40% dos estudantes universitários nos EUA afirmam estar deprimidos demais para realizar atividades cotidianas – e 67% estão ansiosos na maior parte do tempo. E no Brasil não é diferente. Um estudo da International Stress Management Association (Isma) revela que o país ocupa o segundo lugar em número de casos diagnosticados, com 32% da população sofrendo de burnout.
É um cenário assustador, sem dúvida. No entanto, há uma luz no fim do túnel: empresas felizes mostram-se não apenas mais produtivas, mas também mais lucrativas. Em outras palavras, investir na felicidade dos colaboradores será o segredo para a sobrevivência e o sucesso dos negócios.
Mas como construir locais de trabalho mais saudáveis e felizes? Como se sentir mais tranquilo no escritório, onde as pessoas muitas vezes passam um terço de seus dias? Laurie apresentou cinco dicas valiosas, que, se aplicadas, podem melhorar significativamente a felicidade dos times e, por sua vez, a produtividade. Confira:
1. Reconheça e utilize as emoções negativas de maneira produtiva
Ao invés de suprimir sentimentos como frustração ou ansiedade, devemos encará-los como sinais importantes que nos orientam a realizar ajustes necessários em nossas vidas e no trabalho. “Se você vai usar a energia para segurar suas emoções, a sua produção vai cair’’, Laurie pontuou.
Para isso, ela recomendou o método RAIN, criado pela psicóloga Tara Branch. Essa abordagem envolve quatro passos essenciais: reconhecer a emoção, identificá-la, descrevê-la e compreender as necessidades subjacentes. Por fim, é fundamental acolher-se, buscando maneiras de cuidar de si mesmo e melhorar a situação. RAIN é uma sigla em inglês que representa os passos de reconhecer, permitir, investigar e cuidar.
2. Repense a produtividade e valorize o “afeto pelo tempo”
Valorize seu tempo e diga não ao que não importa: Às vezes pensamos que trabalhar mais horas e encher nossa agenda de reuniões nos tornará mais produtivos. Mas, na verdade, a qualidade do trabalho é mais importante do que a quantidade de horas trabalhadas.
Laurie nos aconselha a dizer “não” para compromissos que não fazem sentido para nós. Priorizar nosso tempo é essencial para nos sentirmos satisfeitos tanto no trabalho quanto na vida pessoal.
3. Cultive a auto compaixão
Em vez de sempre se cobrar ao extremo, seja mais compreensivo e gentil consigo mesmo. A Dra. Laurie nos lembra que nos auto abraçar pode nos ajudar a nos sentirmos melhor quando estamos para baixo, pois isso envia um sinal ao nosso cérebro de que estamos nos dando um tempo para respirar
4. Faça do seu trabalho uma vocação
Descubra suas habilidades e valores pessoais e integre-os ao seu trabalho. Isso pode transformar uma simples ocupação em uma verdadeira vocação, reduzindo o sentimento de esgotamento. Preste atenção no que você é bom e no que realmente acredita.
5. Busque conexões significativas
Criar um ambiente onde as pessoas colaboradoras se sintam valorizadas e pertencentes é a chave para o bem-estar no trabalho. Como a Dra.Laurie destaca: “Precisamos parar de pensar que o trabalho não é lugar para construir amizades. Ter um amigo próximo no trabalho, compartilhar nossos desafios e sermos vulneráveis cria um senso de pertencimento e nos faz querer estar lá.”
Quer saber mais sobre a felicidade no trabalho? Leia nosso artigo completo aqui!
AI, a inteligência cada vez mais humana
“Fusão mente-máquina: sete tendências futuras em um mundo de trabalho pós-IA”. Este foi o painel liderado por Sandy Carter, uma das mulheres mais influentes no campo da tecnologia, conforme reconhecido pela CNN. O debate abordou a necessidade tanto para nós quanto para as empresas de superar a resistência inicial e abraçar a realidade da Inteligência Artificial.
Cerca de 75% das empresas estão buscando adotar tecnologias como big data, computação em nuvem e inteligência artificial nos próximos 5 anos. Essas inovações prometem tornar os processos mais ágeis e eficientes.
Sandy sugere três etapas fundamentais que precisamos começar a adotar para não ficarmos para trás neste novo mundo:
- Primeiro, é importante pensarmos sobre a Inteligência Artificial e questionarmos seu papel;
- Em seguida, devemos estudar como ela pode ser aplicada em nossos negócios e nas funções que desempenhamos atualmente, buscando maneiras de lucrar com essa tecnologia, já que ela estará presente em todos os setores;
- Por último, não devemos rejeitar a Inteligência Artificial, mas sim começar a compreendê-la melhor.
Não há razão para resistirmos à Inteligência Artificial, especialmente quando percebemos que ela está constantemente se aprimorando. Ian Beacraft, da Signal and Cipher e uma voz influente em Inteligência Artificial e futuro do trabalho, compartilhou durante o SXSW: ‘’Até 2050, viveremos o equivalente a 100 anos de evolução em apenas 25 anos. Essa rápida evolução nos convida a abraçar o potencial transformador da IA.’’
Então, como devemos preparar os humanos?
No painel “O Futuro do Trabalho com Colegas Humanos e de Inteligência Artificial” (título original em inglês “The Future of Work with Human and AI Co-workers“), a Dra. Narine Hall, co-fundadora e CEO da INSPACE, citou exemplos, dados e sua visão de futuro sobre como a Inteligência Artificial, sem dúvidas, possibilitará um aumento significativo na produtividade. Olha só:
Um estudo realizado por Harvard, Carnegie Foundation e Stanford, mostra que 85% do sucesso em um trabalho ocorrem através de competências comportamentais e interpessoais bem desenvolvidas, enquanto apenas 15% vem de habilidades técnicas e conhecimento específico.
Quem tiver a habilidade de fazer parte do processo de crescimento da IA será quem despontará no mercado. Por exemplo: um designer que utilizou Inteligência Artificial desde o início para criar certo projeto e entregá-lo em 6 meses, hoje consegue vender a mesma demanda em apenas 15 minutos. “A chave não está na hardskill, em aprender a usar o programa, isso todos podem e devem fazer, mas na habilidade humana em transmitir todas as suas ideias para o mecanismo”, conclui Ian.
Uma coisa é certa: a Inteligência Artificial veio para ficar e remodelar toda a forma humana de trabalho e vida, precisamos entendê-la mais do que ela entende a gente, assim garantiremos um futuro lucrativo e sem muitas dores de cabeça.