Com a melhora na qualidade de vida e na saúde, o cenário global do mercado de trabalho tem mudado e dado início a uma nova realidade: diferentes gerações trabalhando juntos, compartilhando setores, tarefas e processos.
É natural que mudanças tragam também novos desafios e até um certo desconforto para algumas pessoas e, nesse novo panorama corporativo, não foi diferente.
O contato entre as distintas gerações está colocando frente a frente comportamentos e pensamentos opostos e, agora, as organizações precisam lidar com o conflito de gerações.
Quais gerações estão atuando no mercado de trabalho?
A melhoria na qualidade de vida, junto ao acesso à saúde, possibilitou o aumento da longevidade da população com um envelhecimento mais saudável. Hoje,por fatores econômicos ou até mesmo para manter a mente ativa e auxiliar na saúde emocional, pessoas mais velhas permanecem no mercado de trabalho por mais tempo.
Ao mesmo passo, as gerações mais novas estão progredindo, concluindo suas formações escolares e iniciando suas carreiras profissionais. Atualmente também existem programas de incentivo para inclusão de jovens nas empresas, como o jovem aprendiz.
Dessa forma, encontram-se quatro principais grupos atuantes no mercado: Baby Boomers, Geração X e Geração Y e Z. O primeiro são considerados os nascidos entre 1945 e 1960, geralmente funcionários que valorizam estabilidade. O segundo grupo são os nascidos entre 1961 e 1980, também valorizam a estabilidade, mas tendem a ser mais dinâmicos.
No caso da Geração Y, entre 1981 e 2000, são pessoas que cresceram com a tecnologia e não são tão adeptos a estruturas rígidas de trabalho. Por fim, a Geração Z, que está iniciando no mercado, são os nascidos a partir de 2001, costumam ser mais imediatistas e tem a tecnologia completamente na rotina.
Causas de conflitos entre gerações
Os pensamentos, ideias e comportamentos são influenciados pela cultura, que tende a mudar com o passar dos anos. Os fatores sociais e econômicos alteram a visão de um determinado grupo, o que afeta diretamente o cotidiano do ambiente corporativo.
A adequação aos modelos de trabalho é um ponto que pode gerar conflito entre as gerações. Se os mais jovens clamam por mais flexibilidade no horário e local de trabalho, gerações mais experientes podem apresentar resistência a se adaptar a um modelo híbrido.
Os métodos de aprendizagem também divergem bastante de pessoa para pessoa. Alguns recebem melhor as informações quando estas são transmitidas de forma longa e tradicional, através de um treinamento formal, por exemplo. Outros, são mais imediatistas, preferem o desafio da rotina como processo de estudo.
Meios de comunicação também podem ser um desafio, pois gerações antigas estão mais habituadas ao cenário de reuniões presenciais como veículo de comunicação, enquanto as novas tendem a preferir canais tecnológicos e rápidos.
O valor que cada geração coloca nos aspectos do emprego também podem gerar tensões. Apesar de parecerem simples, essas diferenças podem causar impactos na rotina de trabalho, pois é fundamental que exista sintonia nas equipes para que os processos sejam bem executados.
Como lidar com os conflitos?
Com este novo cenário, as organizações devem estar preparadas para lidar com os conflitos de gerações e ir além, conseguindo ter benefícios com a junção de pensamentos distintos. As equipes de RH e a liderança possuem papel essencial nessa missão.
Ao mesmo tempo que colaboradores da mesma geração tendem a pensar e agir de forma semelhante, é importante entender que cada colaborador é único e as demandas estão cada vez mais diversificadas.
Conhecer seus funcionários para atender de fato suas necessidades é fundamental, tendo em mente que o que é ideal para um pode não ser para outro. Nesse ponto, a adesão aos benefícios flexíveis pode ser a chave para o sucesso.
A fim de incentivar uma boa convivência, a cultura organizacional deve superar os estereótipos colocados para cada geração, estimulando o desenvolvimento de todos os colaboradores de forma humanizada e personalizada. Em conjunto, conhecer as habilidades de cada um das equipes para atribuir atividades de forma assertiva.
Criar ambientes de comunicação e socialização é fundamental. Assim, a empatia é trabalhada e os relacionamentos são construídos de forma saudável, possibilitando que a organização seja um espaço de troca de conhecimentos e experiências. Por meio de uma cultura focada na experiência do colaborador, é possível lidar positivamente com o conflito de gerações.