O Brasil tá vendo! E se o Brasil está vendo, recrutadores também estão, assim como profissionais em busca de recolocação no mercado e talentos que cogitam uma mudança de ares. Nem precisa ter televisão: é nas redes sociais que os melhores conteúdos sobre o programa são gerados, possibilitando um alcance sem precedentes.

Quem trabalha com marketing já está sabendo: é uma oportunidade de ouro para ações e campanhas que valorizem a imagem da marca. Mas, e o RH, o que tem a ver com isso tudo? Bem, mais do que você imagina!

É que marketing e RH podem — e devem — trabalhar juntos para desenvolver uma imagem de marca empregadora. Talvez você já tenha ouvido falar sobre isso, mas sob o nome de employer branding. Pois é, esse conceito é um dos pilares para o sucesso do RH estratégico, afetando fatores como a taxa de turnover, o eNPS e a própria atração de talentos.

E, olha… podemos dizer que diversas marcas estão fazendo excelente uso dessa oportunidade. Empresas de todos os setores investem em ações dentro e fora da casa não apenas para atrair clientes, mas também para se posicionar como um lugar no qual as pessoas gostariam de trabalhar. Neste artigo, vamos nos aprofundar no assunto e trazer alguns exemplos desse tipo de estratégia. Dá uma espiadinha!

Como marketing e RH podem dialogar? 

Estamos na era do RH estratégico. Hoje, a área é uma das peças centrais para o alcance das metas de qualquer empresa. É o RH, afinal, que toma a frente de esforços para encontrar os melhores talentos do mercado e criar um clima organizacional positivo. Se você tem alguma experiência no mercado de trabalho, sabe como isso é relevante. 

Acontece que a concorrência é grande. Marcas de todos os setores, cientes da importância de contar com os melhores profissionais, não medem esforços para atraí-los para a empresa. Aí entram diversos fatores, como o salário oferecido, o pacote de benefícios, a projeção do plano de carreira e muito mais. 

Diante de tamanha competição, como criar uma vantagem competitiva? É aí que entra o papel do marketing. Aliado ao RH, o time de branding desenvolve campanhas, ações e eventos para fortalecer a imagem de marca empregadora. No processo, também reforça a identidade da marca, deixando claros seus valores, sua visão e o seu tom de voz. 

Ambas as equipes também podem dialogar para criar iniciativas de endomarketing, também conhecido como marketing interno. Aqui, o objetivo é impactar os colaboradores dentro da empresa e, se possível, transformá-los em defensores da marca. 

Qual é a importância do employer branding? 

Já está claro que a união entre marketing e RH é crucial para o sucesso dos mesmos, não é? Só não falamos que funciona como uma aliança dentro da casa do BBB porque, aqui, os dois envolvidos podem sair vencedores. Mas será que esse tipo de ação realmente causa efeito? Diversos estudos indicam que sim. 

Um levantamento global da consultoria Randstad, um employer branding forte diminui os custos do processo seletivo e aumenta em até 50% as chances de atrair o profissional desejado. Ao mesmo tempo, 50% dos entrevistados afirmam que não trabalhariam em uma empresa com má reputação, mesmo se isso envolvesse um aumento salarial.  

A mesma pesquisa, que ouviu mais de 175 mil trabalhadores, mostra que cerca de 60% dos candidatos pesquisam as redes sociais da empresa antes de tomar a decisão. Mais para a frente, vamos mostrar alguns exemplos práticos de como as redes sociais podem ser o vetor para comunicar a imagem da marca. 

Agora, o importante é ressaltar que o employer branding não afeta apenas os candidatos, mas também os que já são colaboradores. Ainda no estudo da Randstad, 80% dos entrevistados afirmam que já deixaram uma empresa por não se sentirem confortáveis no local de trabalho.

O que é preciso para criar uma marca empregadora forte? 

O processo de fortalecimento do employer branding é muito semelhante ao desenvolvimento de estratégias de marketing. Só que, nesse caso, em vez de vender um produto ou serviço, a empresa está vendendo sua própria imagem. Em vez de atrair consumidores, a marca está atraindo colaboradores engajados. 

Para chegar a esse objetivo é preciso cuidar de diversos pontos. O ponto de partida é o estabelecimento de uma cultura corporativa condizente com os valores, a visão e a missão da empresa. Afinal, não faz sentido se vender como uma marca humanizada e não promover a diversidade no ambiente de trabalho, por exemplo. 

Com base nessa cultura, é viável criar experiências positivas para os candidatos, adotar uma abordagem efetiva para a divulgação de vagas, etc. Esses são alguns dos pontos básicos. 

Outro elemento dessa estratégia é o uso dos canais da empresa para se comunicar com a rede de talentos. É aí que entram as redes sociais. A criação de conteúdos que reflitam a identidade da marca ajuda a firmá-la como uma espécie de autoridade no mercado, o que, por si só, a torna mais atrativa para os potenciais candidatos. 

É importante notar que todos esses fatores são, de certa forma, abstratos. Ou seja, não vale se pautar apenas por eles. É preciso oferecer salários competitivos e benefícios reais, que façam diferença no dia a dia dos colaboradores. Afinal, de nada adianta oferecer as regalias de um quarto vip e manter os colaboradores comendo na xepa, concorda?

Como as empresas têm usado o BBB para fortalecer o employer branding?

No último tópico, falamos sobre a criação de conteúdos que ajudam a fortalecer a imagem de marca empregadora. Nesse ponto, é importante ter em mente que se trata de um processo estratégico, que deve ser tocado por profissionais competentes. Assim, é viável aproveitar as oportunidades que surgem e, acredite, elas são ainda mais recorrentes em tempos de BBB. 

Fenômeno absoluto entre os brasileiros, o programa é tema de debates de todos os tipos, em qualquer ambiente. Por que não fazer parte dessa conversa? É uma deixa e tanto para transmitir a mensagem que tanto marketing quanto RH querem passar. Vamos a um exemplo? 

Um tema que, justificadamente, ganha cada vez mais espaço no mercado de trabalho é a política de diversidade e inclusão. Grupos que até então recebiam poucas oportunidades de emprego, começam a ganhar um pouco mais de atenção dos empregadores. Na era da humanização das marcas, atentar-se a isso é fundamental. 

A 99, uma das patrocinadoras do BBB, tem um programa de jovens aprendizes que foca na contratação de pessoas trans. No LinkedIn da marca, diversos posts fazem menção a essa e outras abordagens adotadas para promover a inclusão e diversidade dentro da empresa. Legal, né? Mas não é só dentro do LinkedIn que se forma uma marca empregadora. 

Recentemente, a companhia aproveitou um debate gerado dentro da casa do BBB para reforçar, no Twitter, seu posicionamento. Entendedores entenderão: 

Por conta da sua dinâmica, o Twitter é um dos canais mais utilizados por empresas para se comunicar com o público do BBB. As marcas que patrocinam o programa não hesitam em deixar clara sua relação com o reality show. A Americanas e o Quinto Andar, por exemplo, alteraram até o nome exibido na rede.

Outra patrocinadora forte é a Avon, que está sempre on nas campanhas de engajamento e na valorização das suas representantes, que revendem o produto. Embora elas não sejam exatamente equivalentes a colaboradores convencionais, a forma como a Avon age para atrair mais talentos pode servir como exemplo para qualquer RH. 

Dentro do programa, a marca não perde a oportunidade de mostrar seus produtos, mas vai além. Recentemente, uma das suas representantes foi convidada para apresentar os cosméticos diretamente para os brothers, deixando claro que toda a estratégia da multinacional gira em torno das pessoas envolvidas nos processos internos. Nas campanhas de marketing digital, a mensagem é reforçada. 

Mensagem bem direta, né? Mas nem precisa de tanto. Lembra que falamos que promover a identidade da marca é crucial para o fortalecimento do employer branding? Pois bem, muitas empresas aproveitam momentos específicos do programa simplesmente para reforçar seu tom de voz e sua imagem, gerando visibilidade e engajamento. E nesse processo, vale até tabelinha com a principal concorrente.

Como você viu, a formação e consolidação de uma marca empregadora envolve diversos aspectos, que vão desde o oferecimento de um salário competitivo até o alinhamento de ideias entre empresa e colaborador. É um tipo de estratégia que depende da colaboração entre diversas áreas da empresa para dar certo. Nesse caso, os times centrais são marketing e RH.

Trata-se de um esforço recorrente, que deve estar sempre em pauta nas reuniões de lideranças e nas definições de metas anuais. Contudo, datas sazonais e eventos de grande porte, como o BBB, podem ser explorados para aumentar a visibilidade da marca e cativar o público-alvo.

Um pacote de benefícios compatível com as demandas dos colaboradores é fundamental para o employer branding. Quer saber mais sobre o assunto? Se liga no nosso Guia Nacional de Benefícios para dicas e insights valiosos.

*Colaborou: Jéssica Martins, criadora da metodologia Lean RH

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