Uma das atividades mais importantes dos profissionais de Recursos Humanos, People, Gente & Gestão é acompanhar as mudanças do mercado, das leis e do universo dos Benefícios Corporativos. E quem participou do evento online RH Antenado, promovido pela Swile, teve uma ótima oportunidade de fazer isso junto com especialistas.
Mediado pela comunicadora Mariana Ferrão, o evento contou com a presença de convidados renomados da área jurídica e de RH para compor um bate-papo multidisciplinar. Foram quase 90 minutos de muitos insights, especialmente no que diz respeito ao universo de Benefícios Corporativos: as novas transformações e suas questões legais e relevantes nesse ecossistema indispensável para as empresas que desejam atrair e engajar grandes talentos.
Acompanhando pelo canal da Swile no Youtube, os inscritos puderam esclarecer ao vivo suas principais dúvidas pelo chat, além de ficar por dentro de todas as novidades do mercado. Não pôde acompanhar o evento RH Antenado? Participou e quer relembrar? Então vem com a gente para saber mais sobre os destaques do evento. Vamos lá!
Benefício Corporativo é tudo igual?
O primeiro bloco do evento acertou em cheio ao abordar uma dúvida muito comum na área de Recursos Humanos e entre os colaboradores das empresas. É inegável que o mundo do trabalho está em constante evolução, assim como as pessoas. Então, por que muitas empresas ainda pensam nos Benefícios Corporativos da mesma forma que pensavam antes?
O cenário atual apresenta uma discrepância: enquanto as necessidades das pessoas se tornam cada vez mais diversas e plurais, o mercado de trabalho e as transformações sociais revelam uma lacuna nas práticas das empresas em relação aos Benefícios Corporativos. Em vez de oferecer mais autonomia e poder de decisão aos usuários, muitas organizações continuam a pensar de maneira padrão e pouco flexível sobre esses benefícios.
A abordagem adotada por empresas que enxergam os desafios como oportunidades para transformar a experiência dos colaboradores tem gerado resultados animadores. Com o auxílio da tecnologia, a flexibilidade em prol das necessidades das pessoas tem se mostrado benéfica, resultando em colaboradores mais engajados e produtivos. Essa mentalidade é comprovada por dados concretos. Confira:
- 42% dos pedidos de demissão, são devido a busca por benefícios melhores e mais completos;
- 63% dos profissionais deixariam o emprego por uma vaga com mais benefícios, mesmo se o salário for igual ou menor;
- 76% dos colaboradores se sentem satisfeitos quando a empresa em que trabalham oferece benefícios atrativos
Por isso, é importante repensar essa abordagem e adotar estratégias mais inovadoras e adaptáveis, que possam atender às necessidades individuais das pessoas colaboradoras e promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e engajador.
Mas, benefício é salário?
Outro ponto abordado por Marcelo Ramos, Founding Partner da Swile, é referente a uma dúvida recorrente entre os colaboradores: O que é considerado salário? E o que é considerado benefício?
De acordo com Marcelo, todo RH precisa estar atento à remuneração total do colaborador que compreende salário, adicionais legais e benefícios, dentre eles obrigatórios e opcionais, que ajudam a cumprir a sua função.
Sendo assim, o valor destinado à cesta de Benefícios Corporativos é salário, desde que cumpridos os requisitos da CLT, das Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho e demais legislação aplicável, como a do PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador – quando for o caso.
É flexível, mas não vale tudo
Os Benefícios Flexíveis são uma prática cada vez mais comum no mercado de trabalho, e muitas empresas ainda têm dúvidas sobre o que podem ou não oferecer para seus colaboradores. Porém, a legislação já abrange muitas categorias de benefícios, tornando a oferta de flexibilidade uma oportunidade segura e estratégica para empresas de todos os tamanhos e segmentos.
Segundo Marcelo, mais de 30 ou 40% do orçamento familiar está relacionado a valores que podem ser inseridos dentro do contexto de Benefícios Flexíveis. Esses benefícios permitem aos colaboradores escolher onde usar o valor disponibilizado de maneira segura, amplificando o poder de consumo da família.
Dessa forma, a flexibilidade não significa misturar saldos, mas sim permitir que o colaborador escolha como utilizar o benefício dentro do valor disponível. Além de aumentar o poder de compra da família, os Benefícios Corporativos também são uma forma de motivar os funcionários, tornando a empresa mais atraente e competitiva no mercado.
Segurança jurídica nos Benefícios Corporativos
As movimentações jurídicas dos últimos anos trouxeram novas perspectivas para as mudanças que as pessoas colaboradoras sentem no dia a dia quanto ao uso dos seus Benefícios. Esse foi o assunto do segundo bloco.
Com participação de Any Genovez (BR Legal & Compliance Director na Swile), Manuela Mendes Prata (Consultora Trabalhista – Pinheiro Neto Advogados) e Nicolas Piovesan (Diretor Comercial da Swile), segurança jurídica nos Benefícios virou um assunto fácil de compreender. Continue a leitura!
As novas normas referentes aos benefícios de Vale Alimentação e Vale Refeição, tanto dentro como fora do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), foram implementadas com o objetivo de modernizar a oferta de benefícios. Elas visam atender às necessidades dos colaboradores de forma mais dinâmica, apoiando a inovação e tendo impactos diretos na atração, retenção e engajamento de candidatos e colaboradores.
Após a pandemia e o surgimento dos novos formatos de home office, híbrido, anywhere office, entre outros, ficou nítido que a rigidez na oferta de Benefícios já não servia mais. O mercado se expandiu e a lei acompanhou essas novas demandas ao determinar critérios importantes na relação entre empregadores e fornecedores de benefícios.
Para auxiliar, listamos as principais regras que necessitam de atenção para garantir a segurança jurídica. Confira:
1. Fim dos rebates
A partir de maio/2023, a prática de oferecer descontos e vantagens contratuais no Vale Alimentação e Vale Refeição se torna irregular. É importante ressaltar que as empresas inscritas no PAT ficam sujeitas a multas por infração, além da perda de sua inscrição e do correspondente incentivo fiscal.
2. Proibição do pós-pagamento
As condições de pós-pagamento concedidas às empresas contratantes ficam proibidas e todos os contratos de benefícios PAT devem ser revistos até Maio/2023 ou ainda que não revistos, as regras de pós-pagamento perdem sua validade;
3. Portabilidade
O Decreto 10854 de Nov/21 trouxe uma nova abordagem para a modalidade de Alimentação e Refeição dentro do PAT, permitindo a portabilidade. No entanto, ainda não existem parâmetros detalhados sobre sua prática e, enquanto não for regulamentado pelo Poder Público, não é possível realizar a portabilidade. A portabilidade é a possibilidade que o empregado tem de escolher gratuitamente o fornecedor de PAT que melhor lhe atende.
Nicolas Pioversam, Diretor Comercial da Swile, diz:
“O aspecto social das relações de fornecimento de Benefícios precisa ser levado em conta. Porque, do contrário, continuaremos vendo pessoas vendendo seus Benefícios. E aí perde a pessoa colaboradora, que sofre ágio, e perde o empregador também, pois o valor concedido aos funcionários e funcionárias, acaba não sendo utilizado, de fato. Perde também o comerciante, que precisa cobrar mais e acaba vendendo menos. Todos perdem.”
Ou seja, as novas regras de Vale Alimentação e Vale Refeição no PAT dão respaldo jurídico a soluções mais amplas e inovadoras, que permitem às empresas obter muito mais segurança, eficiência e inovação.
Benefício Corporativo: atração e engajamento de talentos
No último bloco, o Diretor de People da Swile Brasil, Diego Oishi, e o Diretor de Relações Humanas da Totvs, Fernando Sollak, discutiram em detalhes a importância dos Benefícios Corporativos como diferencial para atrair e engajar grandes talentos. Acompanhe!
Durante a conversa, foi abordada uma nova tendência tecnológica: a inteligência artificial, que tem sido uma verdadeira aliada à inovação. Não é à toa que o Chat GPT desponta como uma das grandes tendências em 2023.
Os profissionais das áreas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas enfrentam o desafio constante de acompanhar as tendências, tecnologias e inovações relacionadas aos Benefícios Corporativos. Isso se deve ao fato de que, em um mercado cada vez mais competitivo e diverso, com uma força de trabalho multigeracional, é crucial se destacar e atrair os melhores talentos. Portanto, estar atento a essas mudanças é a chave para o sucesso nessas áreas.
Os Benefícios Flexíveis vieram para ficar
De acordo com pesquisas realizadas pelo Guia Nacional de Benefícios de 2022, os Benefícios Flexíveis têm apresentado um crescimento significativo no Brasil, passando da 10ª para a 6ª posição no ranking. Além disso, estima-se que em 2023 cerca de 68% das empresas oferecerão esse tipo de benefício, o que representa um aumento em relação aos 44,2% registrados anteriormente.
No bate-papo, os convidados compartilharam alguns dados importantes sobre como os Benefícios Flexíveis podem afetar a atração e retenção de talentos. Confira:
- 71% das pessoas colaboradoras consideram o pacote de benefícios a principal razão para continuarem em seus empregos
- 8 em cada 10 colaboradores concordam que o pacote de benefícios tem uma grande influência na hora de aceitar uma proposta de trabalho.
Diante dos dados apresentados, fica nítido que um bom pacote de Benefícios Flexíveis é fator decisivo na jornada da pessoa colaboradora em empresas de diferentes segmentos e de qualquer tamanho.
Felicidade no Trabalho
A felicidade no trabalho tem sido um assunto recorrente em eventos e debates sobre gestão de pessoas. E não é para menos, já que profissionais engajados e reconhecidos podem gerar um crescimento significativo nos resultados do negócio. De acordo com estudos, empresas que investem em engajamento têm um aumento de 31% de produtividade, 85% de eficiência e 300% de inovação.
Além disso, a rotatividade de funcionários pode trazer custos altíssimos para o empregador, por isso é importante incentivar a felicidade no trabalho e criar uma cultura organizacional saudável. Uma das formas de fazer isso é por meio da oferta de benefícios, que podem ser estratégicos para a empresa e seus colaboradores.
Oferecer benefícios corporativos, dentro de uma estratégia de Employer Branding, pode motivar os colaboradores e aumentar os resultados do negócio. Isso porque uma pessoa motivada no trabalho pode produzir até 10 vezes mais do que um colaborador pouco engajado.
Mas, é preciso lembrar que não se trata apenas de oferecer benefícios aleatórios. É necessário analisar o perfil da empresa e dos colaboradores para identificar quais são as melhores opções de benefícios.
Em suma, investir em felicidade no trabalho é uma estratégia inteligente e vantajosa tanto para a empresa quanto para os colaboradores. Afinal, um ambiente de trabalho saudável, que valoriza e reconhece seus profissionais, contribui para a satisfação e realização pessoal de todos.
Conclusão:
Inovação é o objetivo, investir no colaborador é o caminho. Estamos na nova era das leis trabalhistas e dos benefícios corporativos. Um momento no qual o bem-estar dos colaboradores deve estar no centro das discussões e a tecnologia deve ser usada para solucionar problemas. Afinal, tecnologia não é mais diferencial, é questão de sobrevivência. A transmissão RH Antenado certamente foi um evento que trouxe diversos insights valiosos com especialistas no assunto, para que as empresas e profissionais possam enfrentar as novas mudanças e desafios com sabedoria e eficiência.
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