As empresas de sucesso são capazes de alinhar sua cultura à sua estratégia, mas para isso a cultura deve estar bem estruturada e estabelecida. O RH possui um grande poder nessa transformação cultural. Bernardo Bicalho, Head de Pessoas & Cultura da Telecine, falou sobre o tema e contou um pouco sobre sua jornada na 5ª edição do RH Summit:
“Ao longo da minha trajetória, passei por algumas indústrias totalmente diferentes, passei pela Vale, atuei no IR, e depois assumi uma posição de liderança dentro da Globosat, liderando o time de talent acquisition, carreira e marca empregadora.
Atualmente assumi o desafio de ser Head de Pessoas e Cultura na Telecine, há 1 ano e meio. Um desafio super importante de transformação cultural, não só como HR VP, mas também atuando como área corporativa, agilizando todo esse processo de transformação cultural, transformação ágil e cuidando de todos esses produtos de gente dentro da empresa.”
Planejamento da transformação cultural no Telecine
O líder comentou sobre como foi feito o processo de planejamento da transformação cultural da empresa.
“Há uns dois anos, o grupo Globo começa o processo de fusão. É importante contextualizar para que fique claro: ao longo desse processo, o Telecine por ser uma joint venture, não fazia parte deste programa “de uma só Globo”. Então, várias empresas do grupo Globo se uniram, mas o Telecine, por ter outros sócios envolvidos, ficou fora desse programa
As primeiras grandes mudanças foram a entrada de um grande executivo, e um novo CEO no comando. A partir dali, começamos um grande diagnóstico da nossa cultura. Trouxemos um executivo do mercado digital, que não veio da indústria de conteúdo, e a primeira coisa que ele percebeu como grande desafio não estava relacionada ao produto, a tecnologia, etc, mas sim sobre como mudar o mindset das pessoas para que a transformação ágil fosse, de fato, possível para ser implementada.
Ali ele começa a perceber a necessidade de ter um time de pessoas e cultura de fato, dedicados ao Telecine e que trouxesse produtos de gente, que mudassem o mindset e que transformasse as competências”.
Grande desafio: diagnosticar a cultura da empresa
Bernardo também diz que o grande desafio foi o diagnóstico da cultura:
“O primeiro grande desafio foi diagnosticar essa cultura. Isso foi feito através de muitas conversas, entender quais eram as grandes fortalezas dessa cultura, pois afinal, toda empresa tem uma cultura. Optamos por não terceirizar esse diagnóstico, porque a gente entendia que os próprios executivos eram capazes de extrair o melhor dessa cultura, e fizemos isso a várias mãos, com os próprios colaboradores.”
O executivo fala sobre as competências elaboradora pelo Telecine para a transformação cultural:
“Elencamos quatro grandes competências: o foco no cliente, a colaboração, o olhar data driven e o empreendedorismo. Todas essas quatro competências são muito voltadas para o mercado digital. Não existe empresa bem sucedida nesse mundo digital que não fale sobre esses pontos.
Através dessas quatro competências, desdobramos os comportamentos esperados, e foi quando começamos a desenhar quais eram esses produtos de gente e quais eram as iniciativas para curto, médio e longo prazo.”
Desenho dos comportamentos esperados dentro da Cultura
Bernardo Bicalho trouxe alguns exemplos sobre a importância de desenhar os comportamentos esperados:
“Elencamos três comportamentos para cada uma das competências. Não adianta muito fazer uma lista muito extensa. Escolhemos, obviamente, um trabalho de brainstorming para levantar alguns comportamentos e a partir dali pinçamos alguns.
Então, por exemplo: essa atitude de startup, essa questão de vestir a camisa, nós temos uma pequena frase que representa o que a gente espera: qual o comportamento que eu espero como empreendedor? É o fazer acontecer, é o testar e errar, errar pequeno para poder escalar. Assim, nós conseguimos tangibilizar aquela competência em pequenas frases para que todos da organização conseguissem se enxergar dentro daquela frase.”