A construção de um ambiente de trabalho saudável, respeitoso e inclusivo exige que empresas reconheçam comportamentos prejudiciais, como o mansplaining e o manterrupting. Ambos estão diretamente ligados a dinâmicas de gênero e afetam o bem-estar, a autoestima e o desempenho de muitas mulheres no ambiente corporativo.

O que é mansplaining?

“Mansplaining” é a junção das palavras “man” (homem) e “explaining” (explicar). Trata-se da prática em que um homem explica algo para uma mulher de forma condescendente, pressupondo que ela não tem conhecimento sobre o assunto — mesmo que ela tenha igual ou maior autoridade no tema.

Exemplo comum:

Durante uma reunião, uma mulher compartilha uma análise detalhada sobre um projeto. Logo em seguida, um colega homem repete a mesma ideia com outras palavras, como se fosse dele, ou tenta “corrigir” sua colocação, mesmo sem base.

O que é manterrupting?

Já o “manterrupting” é a união de “man” com “interrupting” (interromper) e representa o ato frequente de homens interromperem mulheres enquanto elas falam. Essa prática invisibiliza as ideias femininas, minando sua participação e autoridade.

Um estudo da Universidade George Washington mostrou que, em contextos profissionais, homens interrompem mulheres 33% mais do que interrompem outros homens.

Impactos dessas práticas nas empresas

  • Desmotivam a participação feminina em discussões e tomadas de decisão;
  • Aumentam a rotatividade de mulheres em cargos de liderança;
  • Comprometem a construção de ambientes diversos e inovadores;
  • Reforçam desigualdades estruturais de gênero.

Esses comportamentos têm impacto direto na experiência dos colaboradores. Empresas que investem em Employee Experience e bem-estar precisam promover uma cultura de escuta ativa e respeito.

Como combater o mansplaining e o manterrupting no ambiente corporativo

1. Fomentar uma cultura de escuta

Líderes devem incentivar espaços seguros onde todos possam se expressar sem medo de julgamento ou interrupção.

2. Promover formações em diversidade

Treinamentos sobre vieses inconscientes, empatia e comunicação não violenta ajudam a conscientizar sobre práticas nocivas.

3. Criar protocolos de intervenção

Orientar gestores e colaboradores sobre como agir quando essas situações ocorrem. Silenciar também é uma forma de conivência.

4. Monitorar e medir avanços

Incluir questões sobre respeito e escuta nas pesquisas de clima e utilizar os dados para ajustes nas estratégias de liderança e cultura.

5. Valorizar lideranças femininas

Promover o protagonismo feminino, garantir representação e ouvir ativamente as mulheres em todos os níveis da empresa.

O papel das empresas na construção de um ambiente mais justo

O combate ao mansplaining e ao manterrupting é um passo essencial rumo a uma cultura corporativa mais equitativa. Empresas comprometidas com a evolução social precisam revisar suas práticas, ouvir seus times e atuar com responsabilidade.

Diversidade e inclusão não são apenas pautas sociais: são fatores estratégicos que impactam diretamente o clima, a produtividade e a reputação da marca.

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