Em qualquer tipo de gestão, analisar e mensurar métricas é fundamental. No RH, não é diferente. Indicadores como a taxa de turnover e o eNPS auxiliam gestores a entender o nível de engajamento dos colaboradores e tomar ações para melhorar os resultados. Em alguns contextos, é fundamental calcular e controlar o índice de absenteísmo.
Trata-se de um indicador central para avaliações de desempenho e até para a formação de marca empregadora.
De forma simples, a taxa de absenteísmo registra as horas não trabalhadas por cada colaborador, ou seja, as faltas. Mas qual é a real importância dessa métrica? Como fazer o cálculo? Qual é o índice de absenteísmo aceitável?
A resposta para essas e outras questões está nesse artigo. Continue a leitura!
O que é o índice de absenteísmo?
É possível que você já tenha ouvido falar desse conceito sob outro nome: taxa de ausência, absentismo e até ausentismo são equivalentes, mas índice de absenteísmo é o termo mais comum.
Seu nome, por si só, nos dá uma ideia do significado. Absens tem origem no latim, significando algo como “estar ausente”.
A ausência de colaboradores é justamente o que esse índice ajuda a entender. A taxa de absenteísmo refere-se à falta de assiduidade dos colaboradores, englobando faltas ocorridas por diversos motivos.
Faltas não justificadas, licenças médicas, atrasos… tudo isso entra no cálculo. Férias e outras ausências planejadas ficam de fora.
Qual é a importância da taxa de absenteísmo?
Em qualquer empresa, o engajamento dos colaboradores é fundamental para o alcance de metas e o desenvolvimento de projetos. É óbvio, portanto, que a ausência dos colaboradores gera impactos negativos.
Ao calcular a taxa de absenteísmo, é possível mensurar esses impactos e identificar os principais pontos de atenção.
O índice pode englobar a empresa inteira ou focar em equipes específicas. O que não muda é a sua importância.
Um bom controle sobre essa taxa é fundamental para garantir a produtividade das equipes, mesmo sabendo que as faltas são inevitáveis. A ideia não é impedir as faltas, mas sim mapeá-las e entender seus motivos.
Com isso, os gestores podem tomar decisões importantes. Se um colaborador tem um índice de faltas alto demais, por exemplo, pode ser necessário chamá-lo para uma conversa ou até tomar atitudes mais drásticas. De modo geral, portanto, calcular a taxa de absenteísmo é crucial para o papel estratégico do RH.
Como calcular o índice de absenteísmo?
Agora que você entende o que é e qual é a relevância desse conceito, é hora de pôr as mãos na massa: como calculá-lo? Antes, é preciso ressaltar que os métodos podem variar de empresa para empresa. A forma mais comum, contudo, utiliza como unidades de medida horas e minutos, de modo a incluir atrasos e saídas antecipadas.
Nem sempre é assim. Algumas empresas contam com horas de trabalho mais flexíveis, o que faria com que o modelo baseado em horas se tornasse menos efetivo. Essas companhias costumam utilizar como unidade de medida os dias. Essa prática facilita bastante o cálculo.
Como você já viu, o índice de absenteísmo mensura a relação entre dias trabalhados e ausências não planejadas.
Dessa forma, o cálculo é bem simples: basta dividir os dias de ausência pelos dias em que o colaborador deveria trabalhar. Depois, é só multiplicar o resultado por cem para chegar ao valor percentual. Confira:
Taxa de absenteísmo = dias de trabalho perdidos/dias de trabalho planejados x 100
Esse modelo mede a taxa individual. Se você quiser calcular o índice geral da empresa ou de um setor específico, é um pouco mais complexo.
Nesse caso, geralmente trabalha-se com horas. Assim, o primeiro passo é multiplicar o número de colaboradores em questão pelas diárias de trabalho e pelos dias úteis do período. O resultado representa o número ideal de horas trabalhadas. Depois, é preciso somar todas as ausências dos colaboradores. Aí sim, basta seguir a fórmula que acabamos de mostrrar.
Vamos a um exemplo? Imagine o seguinte cenário:
- Número de colaboradores: 150;
- Número de horas trabalhadas: 8 horas por dia;
- Número de dias úteis no mês. 20;
- Número de horas de trabalho perdidas: 450.
Logo:
- Número ideal de horas trabalhadas: 150 x 8 x 20 = 26.400
- Taxa de absenteísmo = 450/26.400 x 100 = 1,7%.
Será que esse número representa uma taxa alta ou baixa? Confira no próximo tópico.
Qual é a taxa de absenteísmo aceitável?
Naturalmente, não existe um valor universal de taxa de absenteísmo aceitável. Afinal, cada empresa conta com suas próprias políticas internas e, por isso, o que é considerado aceitável para uma pode ser considerada alta demais para outra. Contudo, podemos ter alguns números como referência.
Em uma pesquisa divulgada recentemente pela Exame, observamos que, no setor de serviços, a média de absenteísmo é 5%, podendo variar até 10% em setores como o varejo. Bem alto, não é? É que as empresas, de modo geral, encontram dificuldades para manter a taxa em uma altura aceitável.
Uma meta desafiadora, porém realista, é manter o índice de absenteísmo em 4%. No próximo tópico, passamos algumas dicas sobre o assunto.
Como reduzir o índice?
Para reduzir o índice de absenteísmo é preciso entender suas causas. Por que os colaboradores estão faltando tanto? Em alguns casos, os motivos são pessoais, como as licenças médicas. Em outros, a causa pode indicar uma falta de engajamento geral ou até falhas de liderança e gestão.
Sendo assim, o esforço para reduzir o índice deve partir de uma abordagem global. Em outras palavras, as ações aqui tomadas não devem ser especificamente desenhadas para evitar faltas, mas sim para melhorar o clima da organização como um todo. Colaboradores felizes e engajados, afinal, tendem a faltar menos.
Para estabelecer uma cultura organizacional positiva, a comunicação é fundamental. Será que alguns colaboradores faltaram ou se atrasaram por não saberem, com clareza, quais eram seus horários?
É vital utilizar ferramentas adequadas e introduzir rituais para garantir que as mensagens sejam passadas sem ruídos ou espaço para má interpretação.
Políticas diretas sobre ausências
Uma boa forma de estabelecer uma comunicação eficiente nesse sentido é criar políticas claras sobre ausências. Os colaboradores precisam saber quais são as consequências de uma falta ou atraso, mas não só eles. É preciso que líderes e gestores recebam treinamentos específicos para lidar com cada caso possível.
Flexibilidade no trabalho
Quanto tempo seus colaboradores gastam no trajeto entre casa e local de trabalho? Em muitos casos, o trânsito e a distância são fatores que causam atrasos ou até mesmo faltas. A solução para isso pode ser a flexibilização. Permitir que seus funcionários trabalhem de casa, em modelo híbrido ou home office, elimina esses tipos de barreiras.
Como você viu, o índice de absenteísmo é uma das métricas que devem estar no radar de atenção do RH. Realizar o cálculo periodicamente é crucial para monitorar o engajamento interno, identificar problemas e implementar soluções. De modo geral, para reduzir o índice, não há nada melhor do que um ambiente de trabalho saudável, feliz e positivo.