O ambiente de trabalho na sua empresa é saudável para todos? Todos mesmo? Infelizmente, ainda é comum ver escritórios que investem na experiência dos trabalhadores, mas falham ao considerar a diversidade do corpo de colaboradores. E, como sabemos, esse é um erro grave.

No Brasil, por lei, empresas com mais de 100 funcionários devem reservar de 2 a 5% das vagas para pessoas com deficiência. A Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (8.213/91) está em vigência há 31 anos, mas, mais do que um cumprimento legal, garantir acesso ao trabalho é exercer cidadania.

Por isso mesmo, não adianta colocar a lei debaixo do braço e se dar por satisfeito. É necessário garantir acessibilidade completa desde a fase de seleção, o que envolve adaptação de estrutura física do local, integração na rotina e inserção adequada no plano de carreiras. Então, vamos falar sobre acessibilidade no trabalho? 

Como garantir a acessibilidade?

Antes de tudo, é válido lembrar que acessibilidade não se resume a dar ao colaborador condições de exercer suas atividades profissionais. É preciso que isso seja feito com segurança e conforto. Sendo assim, o ambiente físico deve facilitar o acesso para todos. Como? Bem, diversas ações podem ser tomadas nesse sentido. 

É importante, por exemplo, garantir a adaptação do local de trabalho com rampas ou elevadores, dependendo da estrutura do local. O mobiliário deve ser disposto de forma a facilitar o trânsito de pessoas. Mensagens escritas devem incluir a versão em braile, e os pisos devem contar com sinalização tátil.

Mas isso não é tudo. É importante que os colaboradores tenham equidade em suas atividades, nas condições de permanência e de crescimento no plano de carreira das organizações. Os treinamentos, incentivos profissionais oferecidos, cursos, as oportunidades de forma geral devem estar disponíveis para todos.

Conscientizar as equipes também é fundamental. Atualmente tem se falado mais sobre capacitismo e é de extrema importância levar o tema para dentro das empresas, a fim de evitar que termos preconceituosos sejam proferidos, mesmo que de forma não intencional. Aqui, mais uma vez, a comunicação interna é fundamental. 

Uma forma legal de expandir a discussão sobre capacitismo e aumentar a acessibilidade no trabalho é abrir rodas de discussões sobre o assunto. Se esse for o caso, certifique-se de que os colaboradores em questão estão confortáveis com a situação e, de preferência, deixe que eles conduzam a atividade. 

Ultimamente, os fatores ESG vêm sendo muito discutidos no meio do RH. Sem dúvidas, oferecer acessibilidade no trabalho é uma forma de exercer responsabilidade social. Tome cuidado, contudo, para não se apegar apenas a isso. É fundamental que tais ações sejam parte da cultura da empresa, e não meros fatores decorativos. 

No que diz respeito à legislação, é claro que deve existir a preocupação com o compliance, no entanto investir em inclusão real no ambiente de trabalho vai muito além dessas questões. Afinal, é consenso no mundo do RH que equipes diversas e, acima de tudo, felizes, são muito mais proveitosas para a empresa como um todo. 

A diversidade, traz valor para a empresa, formando setores mais dinâmicos, com maior abrangência de ideias e, consequentemente, resultados que podem surpreender de forma positiva. Sendo assim, tanto do ponto de vista legal, quanto do ponto de vista corporativo, garantir acessibilidade no trabalho é uma missão fundamental do RH estratégico. 

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